Comida antiga, plantas novas: como fazer compostagem em casa
Se reciclamos papel, plástico e vidro, então porque é que não haveremos de reciclar os resíduos orgânicos?
Ver o episódio no Youtube:
No novo episódio do podcast Plantando Escolhas, falei sobre compostagem, as suas vantagens ambientais e várias formas de a fazermos, incluindo 3 métodos de compostagem doméstica. Aqui vai um resumo, e abaixo podem encontrar links para ouvir nas principais plataformas de podcast.
Quais as vantagens da compostagem?
Redução da quantidade de lixo gerada em casa, e na sociedade como um todo
Redução das emissões de metano para a atmosfera, um gás com um potencial de aquecimento global 28-34 vezes mais forte do que o dióxido de carbono num horizonte de 100 anos e mais de 80 vezes num horizonte de 20 anos
Redução dos custos e emissões do transporte de resíduos urbanos, caso façamos compostagem doméstica
Obtenção de um fertilizante gratuito e saudável para plantas e horta
Melhoria das condições dos solos (essencial para a segurança alimentar)
Redução da utilização de fertilizantes sintéticos
Como podemos fazer compostagem?
Compostagem bokashi
A compostagem bokashi é um método que conta com a atuação de microorganismos para a fermentação anaeróbia (sem oxigénio) dos resíduos. Os microorganismos estão presentes em farelos próprios (que, portanto, devem ser comprados quando necessário), e que são incorporados juntamente com os resíduos. Através do processo, é obtido um fertilizante sólido (composto), e também um fertilizante líquido (o chamado chá de bokashi), gerado no compartimento inferior do compostor.
Vermicompostagem
Neste método contamos com o auxílio de minhocas para decompor a matéria orgânica. A vermicompostagem funciona com um sistema de tabuleiros sobrepostos, entre os quais as minhocas circulam, e por onde vão consumindo os resíduos. Para além do fertilizante sólido (um composto com aspeto semelhante a terra), é também obtido um líquido fertilizante, chamado de chorume, que se acumula no tabuleiro inferior (o único onde não deverão circular minhocas), e que pode ser retirado através de uma torneira incorporada.
Compostagem termofílica
Na chamada compostagem de jardim (por ser indicada para o exterior, em contacto com a terra), colocamos os resíduos numa espécie de uma pilha, onde se vão decompondo até estarem prontos para ser recolhidos, em formato de composto. Ao longo do processo, é importante irmos tomando atenção à humidade, temperatura e oxigenação (remexendo os resíduos).
Compostagem comunitária
Para além da compostagem doméstica, também podemos partilhar os nossos resíduos com quem faça compostagem (alguém conhecido, em hortas comunitárias ou perguntando a algum produtor de um mercado que frequentemos), ou então participar na compostagem comunitária ou municipal.
Desde 1 de janeiro de 2024 , a Diretiva 2018/851 do Parlamento Europeu e do Conselho, requer que os Estados-Membros assegurem que os biorresíduos são separados, reciclados ou recolhidos seletivamente. Por isso, é uma questão de estarem atentos(as) para ver se já podem encaminhar os vossos resíduos orgânicos para contentores específicos
Se quiserem saber mais sobre como fazer compostagem bokashi e vermicompostagem, podem espreitar o meu e-book “Uma Cozinha Mais Sustentável” e o meu vídeo no Youtube onde mostrei o meu compostor bokashi.
Espero que gostem deste episódio! Qualquer sugestão ou feedback, falem comigo :).
Ouvir o episódio:
Se ouvem podcasts noutra plataforma, procurem por lá, que é possível que o Plantando Escolhas também lá esteja :)
Esta temporada é apoiada pelo Lidl, que aplica muitas práticas para a sustentabilidade social e ambiental, e das quais vos vou falando ao longo dos episódios. Neste, falamos sobre o compostor do Lidl, que é indicado para compostagem termofílica.