Parte II: 10 Trocas Mais Sustentáveis que nos permitem Poupar Dinheiro
Depois da primeira lista de 10 trocas mais sustentáveis para poupar dinheiro, houve vários pedidos para uma segunda lista, e aqui está! As trocas são infinitas porque, como digo sempre, viver uma vida mais sustentável permite-nos poupar dinheiro através da reutilização, reparação e menor desperdício.
1. Ter uma horta em casa, por mais pequena que seja
Quem me segue pelo Instagram já viu, quase de certeza, a horta que tenho na minha varanda de 2 metros quadrados. Quando a vi pela primeira vez, achei que seria impossível ter lá algo a que pudesse chamar de “horta” mas, aos poucos, construí algo de que me orgulho muito. As culturas que lá coloco variam consoante a altura do ano, mas posso-vos dizer que já lá tive ao mesmo tempo, por exemplo, 3 morangueiros, 1 tomateiro, 3 pimenteiros, 2 alfaces, 1 beringela, 2 alhos, manjericão, erva-cidreira, hortelã, cebolinho, lavanda e 1 videira. Se eu consigo, vocês conseguem também!
Ter uma horta em casa permite-nos poupar dinheiro ao sermos nós a produzir os nossos próprios alimentos, e poupa o ambiente porque evita os custos do transporte dos mesmos até nós, e a utilização de fertilizantes ou pesticidas/fungicidas prejudiciais. Para além disso, pode ajudar polinizadores (como as abelhas) e contribuir para eliminar mais dióxido de carbono da atmosfera, através da fotossíntese.
2. Não utilizar película aderente nem folha de alumínio na conservação dos alimentos
Conservar bem os nossos alimentos permite-nos evitar o seu descarte, algo muito importante do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, e também um passo importante para reduzirmos o nosso orçamento familiar. No entanto, conservar os nossos alimentos com recurso a descartáveis não é a melhor solução.
A película aderente e a folha de alumÍnio são despesas comuns em muitas casas, mas não tem de ser assim: existem várias formas de proteger a comida sem recurso a descartáveis.
Ora, vamos começar pelas formas “grátis”:
Podemos guardar os nossos alimentos em caixas;
No caso de frutas e legumes que queremos que tenham a sua superfície protegida, podemos, simplesmente, conservá-los com essa superfície pousada sobre um prato;
Podemos também utilizar um prato para cobrir pequenas taças;
Se quisermos guardar ou transportar pratos de forno ou bolos, podemos cobri-los com um pano de cozinha.
Alternativamente, podemos investir em alternativas reutilizáveis (que ao longo do tempo vão compensar a “não compra” de película e folha de alumínio):
“Food wraps”: são pedaços de tecido cobertos de cera (por exemplo soja ou de abelha) e que aderem bem à superfície que vão envolver. Apesar de gostar e utilizar, os food wraps são provavelmente a alternativa menos duradoura, porque vão perdendo a cera ao longo das utilizações e lavagens (podem vocês mesmos voltar a cobrir com um pouco de cera);
”Food huggers”: são feitos com silicone e são geralmente utilizados para conservar metades de frutas e vegetais;
Wraps extensíveis de silicone: adaptam-se à superfície a cobrir (como a película aderente);
Tampas elásticas de tecido: pedaços de tecido, normalmente em forma de círculo, com um elástico que permite fixá-las às taças/pires a cobrir.
3. Não utilizar papel vegetal descartável no forno
À semelhança da película aderente e da folha de alumínio, o papel vegetal é mais um descartável que vai entrando nas contas mensais/trimestrais das famílias, e que pode ser evitado com uma alternativa reutilizável: bases de silicone.
4. Pedir emprestado em vez de comprar
Quantas vezes já utilizaram um berbequim/tenda de campismo/drone/bóia gigante? E quais destes objetos têm em casa guardados?
Muitas vezes, estes objetos são adquiridos para serem utilizados meia dúzia de vezes, ficando arrumados a maioria do tempo. Ora, isto representa um gasto de recursos do planeta com muito pouca utilidade, e um gasto de dinheiro quase em vão.
Uma possível solução é começarmos a partilhar mais estes items, em vez de os comprar: da próxima vez que precisarem de algo que sabem que vão utilizar poucas vezes, vejam se algum amigo ou familiar tem e vos pode emprestar. Eu já poupei algum dinheiro assim!
5. Andar mais a pé ou de bicicleta
Habituámo-nos a andar de carro para todo o lado, mesmo para sítios que estão apenas a 1 ou 2km de distância. Num país com um clima tão ameno na generalidade, há muitas situações em que poderíamos simplesmente deslocar-nos a pé ou de bicicleta, sem qualquer custo, sem emissões e com benefícios para a saúde.
6. Fazer as nossas próprias bebidas vegetais
Fazer bebidas vegetais em casa é muito, muito simples e permite-nos, na generalidade dos casos, poupar dinheiro e reduzir a quantidade de material de embalagens utilizado. Isto acontece porque apenas temos de investir no cereal, leguminosa ou fruto seco que pretendemos utilizar para a bebida, e podemos muitas vezes adquiri-los a granel ou em menos material de embalagem do que aquilo que seria necessário se tivéssemos comprado as bebidas já preparadas. Com uma quantidade reduzida destes ingredientes, conseguimos fazer uma boa quantidade de líquido, juntando apenas água (podem também adoçar ou aromatizar com canela, baunilha ou agave, por exemplo).
Vejam a minha receita de bebida de aveia aqui, e a receita de bebida de arroz aqui.
7. Replantar restos de vegetais
Para quem nunca ouviu falar, pode parecer estranho, mas é possível fazer com que alguns vegetais voltem a crescer depois de os cortarmos! Isto é uma forma de rentabilizar duas vezes o dinheiro que investimos ao comprar os nossos vegetais, e é também uma forma evitarmos as emissões no transporte de novos vegetais que compraríamos se não tivéssemos os que fizemos “re-crescer”.
Já experimentei com alho-francês e com ramas de beterraba (cliquem nos links para verem mais), mas já li que é possível também, por exemplo, com aipo, alface, couve e ramas de cenoura.
8. Optar por produtos reutilizáveis para a menstruação
Comprar pensos ou tampões a cada mês é uma despesa recorrente que, ao longo do ano, adquire um valor considerável. Passar a utilizar produtos reutilizáveis significa que é apenas necessário fazer um investimento inicial, que ao longo do tempo vamos conseguir mais do que compensar. Podem optar por pensos, cuecas menstruais ou copos, por exemplo.
9. Vender aquilo de que já não precisamos
Esta dica não é sobre poupar dinheiro - é mesmo sobre ganhar algum rendimento extra! Muitas vezes temos roupas, mobiliário e aparelhos eletrónicos durante anos em casa, apesar de já não os utilizamos. Mais uma vez, isto representa recursos do planeta que foram utilizados para produzir os nossos bens, e que não estão a ter qualquer utilidade. Se os vendermos, não só ganhamos algum dinheiro extra, como ajudamos alguém a não ter de comprar algo novo, comprando em segunda-mão os nossos items (e, assim, não tendo de consumir novos recursos do planeta).
Podem vender, por exemplo, através do OLX, Facebook Marketplace e Custo Justo.
10. Desligar tudo o que não estamos a utilizar
Quantas vezes não temos luzes, aparelhos em standby, ou o Wi-Fi e GPS do telemóvel ligados enquanto não lhes estamos a dar qualquer uso? Desligar tudo isto ajuda-nos a poupar na conta da eletricidade, tanto diretamente, como através de menos carregamentos da bateria dos nossos telemóveis.